Número de débitos em atraso cai 2,34%; cresce número de devedores entre a população mais idosa. Nordeste é única região a registrar queda de brasileiros com restrição de CPFs, que recuou 1,00%
14/11/2019 20h29
Dados apurados pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) mostram que o volume de consumidores com contas em atraso cresceu 1,58% em outubro na comparação com igual período do ano passado. A maior parte das dívidas (53%) em aberto no país está ligada a instituições financeiras — um avanço de 6,0 pontos percentuais em relação a 2016. Já o comércio responde por uma fatia de 17% do total de dívidas – em 2016, a participação desse setor era de 20%. Enquanto o setor de comunicação foi responsável por 12% das pendências e as contas de água e luz por 10%.
Na contramão do crescimento das contas em atraso, o número de dívidas apresentou queda de 2,34% no mesmo horizonte de comparação.
Considerando a abertura por número de dívidas relacionadas ao setor credor, houve um crescimento de 18,6% entre as concessionárias de água e luz, enquanto os bancos registraram alta de 1,9%. Por outro lado, os segmentos de comunicação e comércio registraram quedas de 24,6% e 5,4%, respectivamente.
Na avaliação do presidente do SPC Brasil, Roque Pellizzaro Junior, o aumento das dívidas bancárias em termos de participação, que já respondem por maior parte das dívidas em aberto no país, é preocupante. “As dívidas com instituições financeiras são as que têm os juros mais caros do mercado em casos de atraso. E a falta de pagamento desse tipo de dívida pode transformar valores pequenos em cifras praticamente impagáveis, sobretudo por superarem, em muitos casos, a renda do consumidor”, analisa Pellizzaro Junior.
Inadimplência cresce entre os mais velhos e cai na faixa dos mais jovens; Nordeste é única região a apresentar queda no número de negativados
Quando se observa o perfil de quem está com contas em atraso, o levantamento mostra um aumento expressivo da inadimplência entre os que possuem idade mais avançada: crescimento de 7,1% na faixa de 64 a 84 anos e de 4,1% entre a população de 50 e 64 anos.
Em contrapartida, entre os consumidores mais jovens, há um recuo no volume de inadimplentes — retração mais acentuada na faixa de 18 a 24 anos, com uma diminuição de 21,6% em outubro na comparação com igual mês de 2018. Também houve queda nas faixas de 25 a 29 anos (-9,9%) e de 30 a 39 anos (-1,5%).
Somando todas as pendências, cada consumidor inadimplente deve, em média, R$ 3.254,78. Pouco mais da metade (53,1%) têm dívidas de até R$ 1.000 e 46,9% acima desse valor. Já descontando os efeitos da inflação, os valores observados agora são menores do que se observava no início da série histórica, em 2010.
Analisando os resultados por região, apenas o Nordeste apresentou queda no número de negativados, com recuo de -1,00%. As demais regiões tiveram crescimento no número de consumidores negativados. O Norte registrou alta de 5,59%, Sudeste de 3,34%, Centro-Oeste de 2,49% e Sul de 1,29%.
Metodologia
O indicador de inadimplência do consumidor sumariza todas as informações disponíveis nas bases de dados às quais o SPC Brasil (Serviço de Proteção ao Crédito) e a CNDL (Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas) têm acesso. As informações disponíveis referem-se a capitais e interior das 27 unidades da federação.
Sobre o SPC Brasil – Há 60 anos no mercado, o SPC Brasil possui um dos mais completos bancos de dados da América Latina, com informações de crédito de pessoas físicas e jurídicas. É a plataforma de inovação do Sistema CNDL para apoiar empresas em conhecimento e inteligência para crédito, identidade digital e soluções de negócios. Oferece serviços que geram benefícios compartilhados para sociedade, ao auxiliar na tomada de decisão e fomentar o acesso ao crédito. É também referência em pesquisas, análises e indicadores que mapeiam o comportamento do mercado, de consumidores e empresários brasileiros, contribuindo para o desenvolvimento da economia do país.
Sobre a CNDL – Criada em 1960, a CNDL é formada por Federações de Câmaras de Dirigentes Lojistas nos estados (FCDLs), Câmaras de Dirigentes Lojistas nos municípios (CDLs), SPC Brasil e CDL Jovem, entidades que, em conjunto, compõem o Sistema CNDL. É a principal rede representativa do varejo no país e tem como missão a defesa e o fortalecimento da livre iniciativa. Atua institucionalmente em nome de 500 mil empresas, que juntas representam mais de 5% do PIB brasileiro, geram 4,6 milhões de empregos e movimentam R$ 340 bilhões por ano.