Brasileiros tiveram prejuízo de R$ 245 milhões em golpes digitais no primeiro semestre

Apesar do alto valor, houve queda de 37% nas perdas estimadas


23/09/2024 09h40

Os brasileiros perderam R$ 245 milhões com golpes digitais nos seis primeiros meses de 2024 em comparação com o mesmo período de 2023. Apesar do alto valor, houve queda de 37% nas perdas estimadas. A maioria das vítimas reside no estado de São Paulo (47%), que fica à frente do Rio de Janeiro (15%) e de Minas Gerais (9%).

Os dados pertencem a um estudo realizado pela OLX, marketplace de classificados de produtos usados, que analisa o cenário de golpes no ambiente digital ocorridos entre janeiro e junho de 2024 a partir de dados de mercado.

A plataforma também identificou queda de 10,3% nos golpes digitais aplicados no primeiro semestre de 2024 em relação ao mesmo período do ano anterior. Foram 3.091 fraudes identificadas contra 3.447 nos seis primeiros meses de 2023. A perda estimada, apesar de alta, foi 37% menor, totalizando R$ 245 milhões.

“A diminuição na quantidade de golpes é um fator importante para o mercado de compra e venda online, que vem se esforçando no desenvolvimento de novas tecnologias para combater a fraude, alinhadas às ações de conscientização para os usuários sobre como agem os fraudadores e como evitá-los”, diz Beatriz Soares, vice-presidente de Produtos do Grupo OLX. “No entanto, esses crimes ainda são recorrentes e geram prejuízo não apenas para as vítimas, como também para a economia do País. Para coibir essas fraudes, é necessário persistir no trabalho contínuo de segurança e de informação à população”, avalia

Segundo a executiva, muitos criminosos utilizam de técnicas de engenharia social para ganhar a confiança das vítimas, convencendo-as, por exemplo, a migrarem as negociações para outras plataformas ou realizarem pagamentos antecipados. Desta forma, conseguem obter dados pessoais sensíveis e até pagamentos por produtos ou serviços que não existem. “Muitas vezes, os usuários podem ser o elo mais vulnerável da corrente, por isso, quanto mais informação sobre o tema, menos pessoas serão enganadas”, alerta Beatriz.

São Paulo é o Estado com maior incidência de fraudes (47%), seguido por Rio de Janeiro (15%), Minas Gerais (9%) e Paraná (5%). Celulares e smartphones lideram a lista de produtos mais visados pelos golpistas, representando 40% – os modelos de iPhone totalizam 32% do total. Videogames estão em segundo lugar: correspondem a 22% das fraudes, com consoles PlayStation representando 15% dos golpes. Os computadores aparecem em seguida, com 9%.

O estudo analisou dados do mercado digital brasileiro, incluindo sites, apps e contas digitais de janeiro a junho de 2023 e 2024, em uma base de cerca de 20 milhões de contas abertas em plataformas online.

Conheça os principais golpes e como se proteger

1. Falso pagamento

O falso pagamento é o líder do ranking em golpes digitais. Esses incidentes se popularizaram com o aumento das transações bancárias digitais. O fraudador envia um comprovante falso de pagamento (via e-mail ou aplicativo de mensagens) para o anunciante.

Ao acreditar que o valor já foi depositado, o vendedor envia o produto. Pode ocorrer também quando o golpista se passa por uma loja que não existe e envia um falso boleto para pagamento; a vítima paga, mas nunca recebe o produto.O levantamento apurou que mais da metade dos golpes no período estão relacionados a falso pagamento (50,4%), um aumento de 64% em relação a 2023. O segundo mais praticado é a invasão de contas (22,2%), seguido de anúncio falso (14,3%) e coleta de dados pessoais (12,3%). Aliás, estes dois últimos tiveram redução de 20% e 46%, respectivamente, na comparação entre os primeiros semestres de 2023 e 2024.

Prevenção

  • Só entregue o produto após conferir que o valor foi depositado em sua conta bancária ou carteira digital;
  • Mantenha a conversa pelos chats das plataformas e evite negociar por aplicativos de mensagens;
  • Verifique o domínio dos e-mails (xx@nomedaempresa) de comunicados enviados pelas empresas e confira sempre o status da negociação no site ou aplicativo; e
  • Ao realizar compras em lojas pouco conhecidas, pesquise se o lugar existe mesmo e cheque a sua reputação na internet.

2. Invasão de conta

Geralmente, o fraudador tenta entrar em contas de plataformas online utilizando o login e senha de vazamentos na internet. Ao conseguir o acesso da conta, o criminoso realiza compras ou publica anúncios falsos de produtos que não existem, ficando com o valor do pagamento sem enviar o item para o comprador.

Prevenção

  • Use senhas fortes, com letras, números e caracteres especiais, e nunca repita a mesma senha em diferentes sites; e
  • Também é importante mudar as senhas de tempos em tempos e ficar atento aos alertas enviados pelas plataformas sobre tentativas de login na conta.

3. Anúncio falso

Os criminosos inserem anúncios atrativos na plataforma para obter pagamentos antecipados ou até mesmo marcar um encontro com a vítima. Esse golpe costuma trazer ofertas com preços exageradamente abaixo do mercado e, além de solicitar pagamentos antecipados, pede dados confidenciais.

Prevenção

  • Desconfie de anúncios com valores muito abaixo do mercado e negocie sempre pelos chats das plataformas de compra e venda, evitando aplicativos de mensagens; e
  • Os fraudadores não gostam de deixar rastros de suas atuações, por isso preferem ambientes digitais onde não poderão ser identificados posteriormente.

4. Coleta de dados

Por meio de técnicas de engenharia social, os fraudadores aproveitam oportunidades e criam cenários para roubar dados das vítimas e utilizá-los em golpes futuros, valendo-se também da vulnerabilidade de sistemas e uso de senhas fracas.

Prevenção

  • Nunca compartilhe número de celular, endereço de e-mail, CPF e dados bancários com outras pessoas. Você não daria acesso aos seus documentos para qualquer pessoa no mundo físico, certo? Tenha o mesmo cuidado no ambiente virtual;
  • Também desconfie de links enviados para preencher vagas de emprego, que não sejam em páginas oficiais de empresas ou recrutadoras; e
  • Mantenha sempre as conversas pelos chats das plataformas, onde há ferramentas para promover a privacidade dos seus dados.

Fonte: Mercado e Consumo

Imagem: Internet


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