Lançado no final de 2020, o Pix se tornou o meio de pagamento mais utilizado em 2022, com mais de R$ 10,9 milhões em 24 milhões de transações
03/04/2023 10h37
Em palestra na Autocom 2023, Carlos Eduardo Brandt, chefe da Gerência de Gestão e Operação do Pix do Banco Central do Brasil, destacou que, a partir de janeiro de 2022, houve uma adesão maior das empresas ao Pix e isso incluiu uma massa da população que estava excluída do mercado de consumo.
“Alguns modelos de negócios dependiam quase que exclusivamente do cartão de crédito e muita gente não tem acesso a esse meio de pagamento. Essas pessoas ficavam excluídas e a empresa perdia um potencial cliente”, afirma.
Essa evolução se refletiu no valor do ticket médio por transação, de R$ 474,04. Segundo Brandt, 73% das empresas já utilizam o meio de pagamento. Entre a população adulta, 136 milhões de pessoas aderiram ao Pix.
“Isso significa inclusão financeira porque as pessoas passam a ter acesso a outros produtos no sistema financeiro e também fora, como um aplicativo de transporte ou comida”, afirma.
Brandt explicou que o Pix tem uma evolução contínua de incorporar novas necessidades e tecnologias que surgem. Entre as mudanças discutidas pelo grupo de trabalho coordenado pelo órgão e secretariado pela Federação Brasileira de Bancos (Febraban), que reúne as instituições participantes do Pix, está o Pix Automático, voltado para solucionar a questão dos pagamentos recorrentes, como contas de água e luz, escolas, academias e serviços por assinaturas.
“O Pix automático é olhar para frente, de entregar valor, principalmente no marketplace. O objetivo é dar solução facilitada e segura em casos de uso envolvendo pagamento recorrente”, diz.
Outras soluções voltadas ao marketplace têm sido estudadas, como garantir o pagamento ao seller apenas após a entrega do produto e como fazer o pagamento em caso de compra com vários vendedores.
Para Karen Machado, Open Banking Executive Manager do Banco do Brasil, o Pix permite que os bancos criem soluções de acordo com a necessidade do mercado, e não precisam esperar uma regulação do BC. “O Pix é uma plataforma para os bancos inovarem em cima dela. No BB, por exemplo, trabalhamos com a solução de crédito associada quando o cliente quer fazer um Pix e não tem saldo”, diz.
Marcos Cavagnoli, diretor de Digital Cash Management e Open Finance do Itaú Unibanco, acredita que é uma tendência misturar o meio de pagamento com empréstimo. “Historicamente, isso foi criado junto. A tendência vai ser isso acontecer cada vez mais”, diz.
Para Felipe Soria, Payments & Innovation Manager do Mercado Livre, o paradigma é se há a necessidade de o Banco Central regular novos produtos. “Acho que a palavra-chave é combinar: a combinação que foi feita de 2 produtos regulados, e como podemos aproximar essas duas regulações e fazer uma experiência funcionar muito bem.”
Fonte: Mercado e Consumo
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