Jeans estão de volta: retorno às aulas, escritórios e vida social aquecem vendas

Vendas do setor devem encerrar o ano empatando com o volume de 2019, antes da pandemia


23/08/2021 12h11

Depois de ter um dos piores anos em vendas, o jeans volta a ser procurado pelos consumidores. 

Em 2020, o consumo médio de jeans foi um dos menores já registrados, com gasto médio de R$ 103 por habitante – cada comprador adquiriu, em média, 1,3 peça no ano. E o reflexo disso foi uma queda geral nas vendas desse tipo de vestuário. O consumo de jeanswear encolheu 13% no ano passado em comparação com 2019, de acordo com um estudo realizado pela empresa IEMI Inteligência de Mercado a pedido das têxteis Vicunha e Tecnoblu.

A queda só não foi maior porque a indústria reagiu a tempo e colocou no mercado pecas com modelagens mais largas e com tecido mais maleável (com elastano), o que permitia o uso confortável em casa e também para saídas rápidas, como ir ao mercado.

 

“É por isso que a queda em jeansware foi de 13% enquanto no vestuário em geral foi de 18% no ano”, explica Marcelo Prado, sócio-diretor do IEMI.

Jeans de volta às ruas

A boa notícia é que, com o avanço da vacinação, a volta às aulas e a retomada da vida social, as vendas de jeans estão reagindo. “Faz um mês, comprei um shorts jeans. E estou de olho nas lojas para comprar uma calça nova. Comecei a me exercitar, perder os quilos da pandemia e quero uma nova para poder sair”, diz Bianca.

 

 

 

 

No Brás, diz Pimenta, o movimento já está bem melhor, depois de um começo de ano difícil. “Depois do Dia dos Pais, vimos uma melhora substancial. Agora estamos quase igualando as vendas de antes da pandemia. Estão cabeça a cabeça”, diz Pimenta.

Prado, do IEMI, concorda e aposta que o volume vendido seja 20% maior do que em 2020. “O problema é essa comparação com um ano muito ruim. Se o comparativo for com 2019, vamos ficar só um pouco abaixo ou quase igual”, afirma ele.

Mas nas lojas o clima é de otimismo. Na marca de moda masculina Reserva, cujo carro chefe são os jeans, as vendas tiveram crescimento de 66% em junho (quando se comemora o Dia dos Namorados) em relação ao mesmo mês de 2019, anterior à pandemia. O dado foi divulgado por Rony Meisler, fundador da Reserva e presidente da AR&CO, divisão de vestuário e estilo de vida do grupo Arezzo.

Na rede de lojas C&A, as vendas tiveram um salto de 303,9% em relação ao segundo trimestre de 2020, na comparação entre as mesmas lojas.

 “A indústria ainda está devendo entregas de compras feitas pelas confecções em 2020. Entregas que não conseguiu cumprir por conta da falta de matéria-prima”, explica Marcelo Prado, do IEMI. E quando falta insumos de fabricação, geralmente os preços sobem.

Mas como o comércio sofreu muito e o poder de compra do consumidor foi afetado com força nesse período pandêmico, um fenômeno diferente acontece. “Para os fabricantes de denim, houve um aumento de custos da ordem de 20%. Por isso, os fabricantes estão usando tecidos com mesclas (elastano, por exemplo), e assim conseguem diluir esse impacto para algo em torno de 12%. Na hora de repassar para o varejo, o preço fica praticamente o mesmo”, explica ele.

 

 

 

 

O problema é que as novas modelagens, mais largas, levam mais tecido que as apertadas calças skinny. Então, é inevitável que nos próximos meses o jeans suba de preço, principalmente se a demanda continuar aquecida. “Deve haver aí um reajuste de uns 10%”, diz Pimenta.

Fonte: 6 minutos


Avança Varejo


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