Coronavírus leva 80% dos consumidores a comprar só o essencial, diz FGV

As pessoas estão comprando apenas produtos essenciais em meio à quarentena. O dado é de uma pesquisa específica sobre a confiança do consumidor em meio à crise do coronavírus feito pelo Ibre (Instituto Brasileiro de Economia), da FGV (Fundação Getúlio Vargas).


22/04/2020 13h13

A FGV faz mensalmente uma pesquisa sobre a confiança do consumidor e do empresário frente à economia. Como a crise do coronavírus mexe muito com todos os setores, a instituição elaborou questões específicas sobre a nova crise econômica no mês de abril. Com 85% das entrevistas já feitas, a FGV fez uma prévia dos resultados.

Entre os consumidores, 79,1% disseram que estão comprando apenas o essencial. Na média geral, apenas 15,4% do total de entrevistados responderam que, “por enquanto, não foram afetados”.

Mas mesmo a parcela dos que não se dizem afetados deve diminuir. “É um retrato de abril, mas as coisas podem mudar muito rápido”, analisa o pesquisador Rodolpho Tobler, do Ibre (Instituto Brasileiro de Economia) da FGV. As famílias poderão ser atingidas pelo desemprego ou por quedas na renda por conta da redução de salários.

Tanto que apenas 10,6% dos mais pobres disseram que ainda não foram afetados pela crise econômica. Nessas famílias, muitas vezes dependentes da renda de trabalhos informais, o impacto da crise chega logo, lembrou Tobler. Entre as famílias mais ricas, 20,6% disseram que não foram afetados.

O que os brasileiros acham do futuro da economia? Tobler chamou atenção para o fato de que 67,8% dos consumidores disseram acreditar que a economia brasileira voltará ao normal apenas depois de seis meses. Isso sinaliza para uma lenta recuperação da economia. “Mesmo com a abertura do comércio, com a volta da vida normal, a recuperação da atividade não vai acontecer de uma hora para outra.”

E como estão as empresas? Nas pesquisas sobre a confiança empresarial, chamou a atenção o pessimismo da construção civil. Entre os entrevistados do setor, 94,3% responderam que a crise terá impacto “negativo ou muito negativo”, superando o setor de serviços, com 91,7% – nos segmentos de alojamento, serviços de transporte rodoviário e obras de acabamento, mais de 75% das empresas consideram que foram afetadas muito negativamente.

 

Fonte: Estadão


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